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Quando crimes reais viram entretenimento

  • Foto do escritor: Ana Godoy
    Ana Godoy
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

As histórias de true crime ganham espaço em séries, livros e podcasts e despertam curiosidade 


Ana Godoy, Sessão das 4, Bauru - São Paulo


O gênero True Crime – ou "crime real" – se consolidou como um dos formatos mais populares no entretenimento contemporâneo. Séries, documentários, livros e filmes exploram casos chocantes que marcaram a história policial, muitas vezes com mais intensidade do que qualquer ficção.


Segundo o relatório do Google Trends, as buscas por esse termo aumentaram três vezes entre 2017 e 2022, atingindo um pico em outubro de 2021. O número de adeptos da comunidade de fãs geral pode ser mensurado em parte pelo Tik Tok. A hashtag “#TrueCrime” possui 34,7 bilhões de menções, “#TrueCrimeCommunity” tem 11,5 bilhões, “#SerialKiller” com 6,3 bilhões e, no caso mais restrito ao Brasil, “#Crimesreais” apresenta 855.9 milhões.


O estudante de psicologia e consumidor de crimes reais Eduardo Maganha, relata que começou a assistir o gênero para enteder o inconsciente. “Comecei a assistir para tentar entender pelo menos um pouco da motivação, tentar entender o que o inconsciente daquela pessoa busca como resultado”. 


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A psicóloga Mayara Fernanda Santini explica o fascínio pelo gênero que se tornou tão popular. 

“Um exemplo de caso que me fascina e que me fez buscar a compreender mais sobre o subconsciente é a Suzane Von Richthofen. Desde criança foi superprotegida pelos pais e sempre acostumada a ouvir sim para tudo e a partir do momento em que escuta o primeiro não, consequentemente, não consegue lidar com a informação de que não estão fazendo o que ela quer”, comenta Eduardo. 


Mayara Santini explica quais efeitos psicológicos o consumo frequente de produções true crime pode ter em uma pessoa.


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Sensações


O gênero de crimes reais provoca sensações. Sejam elas de empatia, agonia, medo, pavor, entre outras. Eduardo comenta que fica reflexivo, pois “ao mesmo tempo em que tento entender pelo menos 1% do motivo do crime, é natural sentir empatia pela família da vítima”.  


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Mayara explica por que assistir a essas produções deixa as pessoas relaxadas.

“Antigamente, eu me sentia mal sim, acabava tendo pesadelos, porém hoje em dia é bem raro”, afirma Eduardo. 


Fanatismo


A forma como a mídia retrata crimes reais pode provocar efeitos ambíguos na sociedade, oscilando entre a prestação de um serviço público e a glamourização de figuras criminosas. “Ao mesmo tempo em que existe o programa ‘Linha Direta’ em que realmente ajuda encontrar assassinos e colocarem eles na cadeia, existe a série do Jeffrey Dahmer em que deu para um assassino, um fã-clube”, finaliza. 


Em todos lugares 


As produções de T.C estão ganhando cada vez mais espaço na mídia. Sejam livros, documentários, podcasts ou até mesmo canais no YouTube. Porém, isso tem início na década de 1990.


Linha Direta , programa da Rede Globo que foi sucesso nos anos 1990 foi o precursor de crimes reais na mídia. O programa continha reconstituição com atores e entrevistas de testemunhas, crimes e tragédias de grande repercussão no Brasil. O programa ficou marcado pela sua música. 


Reprodução: YouTube


Documentários em streamings são cada vez mais populares. Netflix é um streaming que está apostando cada vez mais neste tipo de produção. Casos como “Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime” e “Todo Dia a Mesma Noite” são apenas alguns de seus casos mais assistidos. 


Já no YouTube, um grande nome de referência quando falamos de True Crime, é a criadora de conteúdo digital, jornalista e perita forense Jaqueline Guerreiro. Com vídeos a partir de 20 minutos, a influenciadora conta casos de desaparecimentos, serial killers e também de massacres. Jaqueline tem o quadro “Quinta Misteriosa”, nele a jornalista soma mais de 400 vídeos de casos reais. 


Ulisses Campbell é um dos maiores nomes da atualidade quando falamos de livros sobre crimes reais. Livros como “Suzane: assassina e manipuladora” e “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” são seus maiores sucessos.


Casos marcantes


O caso Von Richthofen refere-se ao assassinato do casal Manfred e Marísia Von Richthofen, ocorrido no início dos anos 2000, em São Paulo. O crime chocou o país, principalmente porque foi planejado e executado pela própria filha do casal, Suzane Louise Von Richthofen, com a ajuda do namorado Daniel Cravinhos e do irmão dele, Cristian Cravinhos.


Reprodução: Prime Video Brasil

A Menina Que Matou Os Pais - O Menino Que Matou Meus Pais | Trailer Oficial

O caso Samudio envolve o desaparecimento e assassinato da modelo Eliza Samudio, em 2010, e tem como principal acusado o goleiro Bruno, então jogador do Flamengo.


Reprodução: Netflix Brasil

A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio | Trailer oficial

O caso Nardoni é sobre o assassinato de Isabella Nardoni, uma criança, jogada do sexto andar de um prédio em São Paulo em 2008. Os principais acusados foram o pai da criança, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá.


Reprodução: Netflix Brasil

Isabella: o Caso Nardoni | Trailer oficial

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